sexta-feira, 22 de junho de 2012

Riding in cars with boys


And I just wish that I could be dumb and then I wouldn’t know better and I could be happy and stop hoping.
Essa frase é muito eu, eu queria muito conseguir ser alienada e feliz – porque é mais confortável ser conformista, só que, a não ser que você seja uma pessoa muito idiota, depois de determinadas coisas que você sabe, seja através dos livros que leu, dos filmes que viu, da droga da consciência que te chegou de alguma forma, você não consegue mais ser tão alienado e feliz. Bem, se você for idiota, o máximo que vai conseguir é ser idiota com referencias bibliográficas e etc. Mas partamos da premissa de que você não é um idiota e sabe que a vida não faz sentido e nos encontraremos no mesmo lugar, como dois fantasmas que se esbarram na mente de alguém numa noite de chuva.
Um dia desses, eu vi um leão comer um coelhinho. E eu me senti tão triste. Não porque o coelhinho era bonitinho ou porque ouvir os ossos dele quebrando era grotesco, eu me senti triste por isso também, mas o motivo, de verdade, era que eu sabia que não existia outro jeito. E que se não fosse aquele coelhinho seria outro qualquer, e se não fosse a civilização eu poderia ser o coelho de alguém, mas que, no fim, com a civilização, todo mundo é coelho de alguém. A única diferença é que o leão come a carne do coelho, enquanto o mundo come as nossas almas. O mundo vai engolindo horas da nossa vida, trabalho, estudos, planos, coisas, pessoas, etc e blá, lá se vai mais um mês, um semestre, um ano. E de repente, não menos que de repente, você foi comido por dentro, você parece normal, bonito, saudável por fora, mas tá vazio por dentro. Quem nunca? 
A verdade é que não importa que escolha você tenha feito, aos 20 anos você sempre pensa que não tá vivendo tudo o que podia (ou deveria?). Mas, foda-se, agora – nesse período inédito na história, pelo menos, na contada nos livros e filmes e pelos nossos pais e avós – é a primeira Era em que tudo é permitido. Você pode casar várias vezes, namorar mais de muitas vezes (é até anormal se você não o faz), fazer duas faculdades ou não fazer faculdade alguma, ser artista por seis meses e voltar pra casa, manter contato com as pessoas que você conheceu há trinta anos (ou pelo menos saber todos os detalhes da vida dela), ter uma experiência homossexual ou várias, gostar de Beatles ou odiar porque cada um faz o que quer.  Não se podia fazer isso antes, você tinha que seguir padrões rígidos, se você era mãe aos 16 e não casava, a vida teria acabado. É o que acontece com a Beverly (sim, eu vou falar do filme after all). Mas a vida dela não acabou, saca? Ela não acabou a escola frase do começo:
Eu só queria poder ser estúpida e não saber demais e então eu poderia ser feliz e não ter esperança...
Sei lá, como eu dizia, hoje, dificilmente, a situação se repetiria. Enfim, é um bom filme, apesar de originalidade não ser sua maior credencial. Beverly queria ser escritora também e, no fim, ela escreve a história da sua vida – o filme é baseado numa história real – , mas isso depois de criar o filho e de ser sabotada milhares de vezes pelo pai, pelo marido, pelo filho e pela vida. Ah,  só uma desculpa pra postagem. Eu precisava compartilha o silencio que me rodeava, enchendo ele de palavras pra ele chegar até alguém. E parar de ecoar dentro de mim.
Uma frase muito linda do filme: 
I think sometimes we love people so much that we have to be numb to it… because if we really actually felt how much we love them it would kill us.

P.S: Filmes com a Brittany Murphy me deixando broken-hearted desde 2009. Pois é.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Viagem

Muita gente assistiu o vídeo por causa de Hugo Cabret, mas o fato é que o filmezinho - quase um curta, menor que muitos curtas, aliás, está nos 1001 filmes pra ver antes de morrer e isso se dá não apenas por ser um dos primeiros filmes já feitos (1902), mas também por contar com uma criatividade muito além da época e dos recursos que se tinha nela.
Em Trip to the moon, o presidente e mais alguns amigos fazem algo que nunca se acreditaria a humanidade ser capaz de fazer, não no século XIX e que é, justamente, ir pra lua. Como eles fazem, usando um foguete parecido com as armas humanas de circo é engraçado e me lembra o clipe que eu vou anexar no final do post.
Super vale doze minutos de vida e é engraçadinho. Também serve pra que a gente pense como é chato o fato de que os recursos pra explorar a arte e a criatividade humana aumentaram, mas, ao mesmo tempo, diminuiu muito a nossa margem pra imaginar porque o desconhecido é cada vez mais pequeno.
Enfim.eu também quero ir pra lua e ver meu guarda-chuva virar cogumelo (haha),

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Garota, interrompida

Garota interrompida não é um filme ótimo só por causa do elenco apesar de ter a Winona Ryder, a Angelina Jolie, o Jared Leto, a Brittany Murphy e a Whoopi Goldberg , a história é interessante e envolvente, super indicada pra quem curte os Skins, Trainspotting,  e outras muitas coisas sobre gente perturbada que tem por aí.
No filme, Susanna Kaysen tem problemas de depressão, distúrbios de personalidade e um monte de coisas que culminaram numa tentativa de suicídio com um vidro de aspirinas tomadas com um litro de vodka  e, claro na internação dela em um hospital psiquiátrico. Lá ela encontra Lisa, linda e perturbada e que a influencia em vários sentidos e assim, elas ficam submersas nas suas loucuras, vivendo no mundo a parte que é o hospital e de onde elas tentam escapar... mas de algo elas, nenhuma delas e nem ninguém, consegue escapar: a sua própria loucura.
Afinal, o que há de tão atraentes em nós? Seres perturbados e autodestrutivos, estamos aí, cinco de cada dez filmes falam de nós, nós que nos permitimos coisas que não deveríamos - trate-se de drogas, de sexo, de festas, de autoflagelação, de sadomasoquismo, de busca por algo que nem sabemos se existe, quantos, tantos filmes sobre pessoas tentando encontrar ou criar algo e não conseguem, grande parte da arte em si é metalinguagem, é o criador que cria a dificuldade de criar, é o personagem com a vontade de tirar algo de dentro de si para o mundo quando essa vontade era a do criador do personagem e de quase todo mundo que tá vendo. Porque grande parte do mundo tá frustrado e falando mal da outra parte que tenta fazer alguma coisa. Ou talvez todo mundo esteja feliz e eu precise ser internada, enfim, haha.
O filme é baseado na biografia de Susanna Kaysen e o livro dela deve ser muito bom - super vou procurar.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Uma história

Quando ele chegou ela estava num dos raros momentos de sincronia entre seus sentimentos e o mundo, então eles - antes distintos e distantes - passaram a existir não mais paralela, mas simultaneamente. E foi lindo.
E ele a beijou quando ela brincava com o gato branco da desconhecida e riu, riu os problemas que desapareciam na incerteza do céu da boca daquela menina de cabelo azul. Depois? Depois ele esqueceu as meias na casa dela pra ter desculpas pra voltar, depois ela perguntou se ele tinha alguma coisa pra fazer depois e as idas se tornaram menores que as voltas... e assim  o dia se tornou noite e a noite se tornou dia de novo, a lua minguou, cresceu, ficou cheia, depois nova, e depois de novo...
Então ela começou a sentir aquela ansiedade da véspera em dias que não eram véspera de nada. E ele continuou fiel ao sentimento que teve no primeiro momento. E ela cada vez mais precisava de espaço, o que antes preenchia agora sufocava. Assim seus olhos olharam pro lado de novo e lá estavam eles, todos os fantasmas do passado e do futuro - tudo o que não era presente se fez presente e ela duvidou.
Foi quando a língua dela tocou o céu de outras bocas e suas mãos abraçaram limites com outros nomes. E ela sentiu culpa. Mas nada disse.
E as luas continuaram aparecendo e desaparecendo. Os dias longos, curtos, coloridos, cinzas, revezando... as vezes ficava tanto tempo sem chover que se esquecia o gosto da chuva.
Ele também esquecia as vezes porque ela.  Ele gostava  dela fosse apesar dos seus olhos de cores indefinidas ou por causa deles?  Ela também tinha a mania de gostar de tudo nele.
Quando ele foi embora ela estava num momento como qualquer outro de total não sincronia. Ele disse que voltaria, ela mergulhou no caos de tudo o que nunca deixaria de ser: o erro mais bonito que ele cometeu, o olhar que sempre faria falta, a fatia do bolo que sobraria na partilha de um aniversário que eles não iam comemorar simultanea - mas sim paralelamente. 
Mas quando ele voltar, se voltar, as musicas que irão ouvir, a mania de não conseguir estar perto sem estar junto, os quinhentos minutos de filmes que verão no inverno, a saudade do inverno que sentirão no verão... a certeza de que depois de tantas incertezas aquela volta significaria nunca mais precisar de nenhuma certeza além daquela...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Comentários um pouco estúpidos sobre filmes nem um pouco ;*

Tenho assistido muitos filmes geniais pra, simplesmente, não comentar nenhum deles, então:
Dogville:
cara, é o filme perfeito pra entender porque existem serial killers no mundo, entender porque as pessoas mais passivas são, no fim, as que são capazes das piores coisas. Mas serão mesmo as piores coisas? Grace, a linda da Nicole Kidman, é - supostamente - fugitiva de gangsters que se refugia em Dogville, um lugar, aparentemente, acolhedor, onde as pessoas parecem simples e boas. Até alguém precisar delas. Alguém disse que o poder não modifica os homens, apenas desmarcara-os, Dogville trás questionamentos ainda mais profundos, até onde o ser humano pode ser justo com outro ser humano, até onde consegue-se usar de perdão sem demasiado altruísmo e a partir de onde o castigo excede a culpa. Claro que na vida, provavelmente, nenhum de nós vá se deparar com questionamentos nas proporções fílmicas de Lars Von Trier, só que os pequenos atos de diplomacia quanto de nossos orgulhos, desejos, ressentimentos engolimos sem engasgar, mas um descendo mais doloroso que o outro e como podemos lidar com essas coisas todas, sem um ato extremo ou sem acabar se enchendo de drogas, trabalhos ou antidepressivos.

O poderoso Chefão:
Esse é o da tag dos 1001 pra ver antes de morrer - não que eu vá acaba a lista antes dos trinta anos - uma vez que eu assisto, pelo menos, vinte fora da lista pra cada um da lista que eu vejo :P
Enfim, se alguém cult - por algum motivo aleatório - estiver lendo isso vai me achar estúpida, mas o que eu mais gostei mesmo no filme foi o Al Paccino. Pra começo de conversa, eu nem gostei muito do primeiro filme e quase dormi, já no segundo - porque eu assisti a trilogia numa madrugada - eu não conseguia piscar os olhos. Mas o motivo do primeiro filme não ter sido tão legal é só pelo fato de que apenas no terceiro dá pra entender o panorama inteiro e ver o quão genial a coisa toda é, o valor que a família Corleone tem para os membros dela e o temor que ela desperta em quem a ela não pertence, como a máfia começou e os valores morais muito próprios deles - algo meio distorcido como o da noiva do Chuck que matava qualquer um, mas só transava com quem amava, soa absurdo (ninguém pensa assim, do contrário a população do mundo seria um terço do que é) mas não deixa de ser um código de conduta. E o que se faz pra proteger o quem e o que se ama, custe outras vidas, custe milhões, custe uma vingança, é válido. O poderoso Chefão, Vito Corleone, Marlon Brando, tem a sua família morta na Sicília em 1901 e vai pra Nova York onde é explorado junto com toda a comunidade italiana - por um italiano, diga-se. E sendo o único a se rebelar contra isso, ele começa a se tornar o homem que todos respeitam e que, um dia, vingará sua família. Mas isso é no segundo filme, no primeiro, temos a morte desse grande homem para que o legado fique com seu filho, Michael, o Al Paccino, que acaba sendo ainda mais poderoso que o pai, mas com custos também muito mais altos.
E agora, me joguem pedras pelo que eu vou dizer, mas eu gosto mais do estilo dos filmes da Sofia Coppola do que os do pai dela, o Francis Ford, beijos;*

domingo, 22 de abril de 2012

The Voice

Eu gosto de programas de auditório, mais uma coisa na lista de gostos duvidosos que eu tenho enfim, descobri muita música boa ouvindo versões em programas assim. O chato é que eles acabam e os artistas que - por melhores que sejam e, trust me, vários deles são melhores do que os que tocam no rádio e desfilam no Grammy - somem. Exceto pela Kelly Clarkson que foi descoberta no America Idol e a Leona Lewis no X Factor, todos continuam no anonimato.
É o que me consola quando alguém como a linda da Charlotte Sometimes é desclassificada - outra coisa chata dos programas assim, chega na parte das pessoas escolherem e as escolhas porcas que tanto dificultam a vida desde política a matérias eletivas da faculdade, estão lá. The voice é o programa a que me refiro agora e é o melhor porque tem Cee Lo Green, Adam Levine, Blake Shelton e Christina Aguilera como "treinadores" de artistas que eles escolhem pela voz nas "audições cegas" e que depois são confrontados com outros competidores da mesma equipe nas "batalhas" e então, o público escolhe quem vence.  É legal ver o Adam e a Christina se alfinetando - ela bem que merece uns foras as vezes, porque né. 
The voice, só foi estragado pelo fato de tá fazendo sucesso demais, a primeira temporada foi muito melhor, não era uma superprodução. Mas isso é só o que eu penso.
Enfim, fecho o post com a melhor apresentação da Charlotte:

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Wood & Stock

Essa postagem é só porque eu encontrei esse filme que eu queria ver há muito tempo e nem considerava a possibilidade de locar, então, aqui está ele, no youtube - quase inteiro, acredito;x 
Wood & Stock apesar de ser super duper psicodélico e eu não curtir muito essas coisas por eu gostar e desgostar de coisas por associação, é muito legal e fala sobre dois caras de meia idade, um deles, o Wood pai de família casado com uma mulher completamente doida e cheia de coisas do tantra e pai de um menino careta (ironias da vida e blá) e o outro, Stock é o cara com quem ele teve uma banda na juventude e que volta pra vida dele depois que seu pai morre. Daí eles transam altas ideias e transam também porque né, hippies e tal. E tem a personagem mais legal EVER, a Rebordosa.
P.S:  a trilha-sonora é fodástica;*

Sim, eu sei que eu larguei o blog pras cobras de novo, sorry, eu sou assim mesmo (logo: não pense em me perguntar sobre a minha vida pessoal).

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A primeira noite de um homem

Benjamim tinha acabado de sair da faculdade - onde havia se destacado de várias maneiras, motivo pra ser o orgulho dos pais - e voltou pra casa e para o tédio e os questionamentos sobre o que fazer da vida.  Nisso a Sra. Robinson começa a se insinuar pra ele. O que é muito estranho para o garoto porque ela é amiga de seus pais, tem o dobro de sua idade, tem uma filha e é casada.  Mas quando uma mulher quer, não é verdade? Depois de alguma hesitação ele cai nos braços dela. Ah, sim, ele era virgem por isso A primeira noite de um homem, enfim.
O que Benjamim não contava era em se apaixonar por Elaine, a filha da Sra. Robinson. Então ela - a mãe que já não gostava da filha por sua juventude perdida, que é também o motivo pra ela se envolver com Ben - faz de tudo pra separá-los.
É um filme bem interessante. E deve ter sido super inovador em 1967 quando foi lançado. E não importa a diferença de idade pra se viver um affair com alguém, a idade só importa em casos específicos - como a possibilidade de um pra sempre, mas esse é raro. Então né.
P.S: A trilha-sonora é muito legal do Paul Simon. E tem a música  Mr. Robinson :))

sábado, 31 de março de 2012

Casablanca

Assisti o filme sem legenda e tive que usar de uma ajudinha da Wikipedia pros detalhes mais políticos, mas o principal, o drama de Rick e Ilsa em uma das histórias de amor mais bem produzidas do cinema é algo compreendido instintiva e instantaneamente.
Rick conhece Ilsa em Paris e eles se apaixonam e ele resolve ir embora com ela. E é abandonado tristemente na estação. Tempos depois eles se reencontram em Casablanca (Marrocos) e ele descobre que ela é casada com Victor Lazlo, um cara perseguido pela polícia por ser um dos líderes da causa antinazista.
Ao descobrir que Ilsa o ama, Rick tem de decidir entre viver o seu amor e ajudar um homem revolucionário - porque ele só tem dois passes e, sem passe, sem fuga.
Bem, a sinopse do filme dá pra ler em qualquer lugar, enfim, eu escrevi todo esse blá só pra citar a frase mais linda que eu ouvi nos últimos tempos e que é tão altruísta e honesta - no contexto - que, bem, resume tudo:
If that plane leaves the ground and you're not there with him
you'll regret it.
Maybe not today. Maybe not tomorrow. But soon and for the rest of your life.